quarta-feira, 29 de junho de 2011

Crescer

Crescer não é fácil. Desde o momento em que precisamos respirar o ar e sair do aconchegante calor uterino iniciamos o crescimento. Antes até, quando as células começam a se multiplicar já existe o crescimento. Crescer é sinônimo de evolução e progresso e, por isso, apesar as dificuldades advindas desse fenômeno ele é sempre muito benéfico e gratificante.
Aquele dia de passar horas longe da mãe na escolinha o qual choramos dolorosamente, aquele dia que ingressamos na universidade e saímos da cidade natal; tudo nos faz crescer e todo dia é dia de crescer. 
As vezes crescemos ouvindo palavras sábias de um estranho ou um amigo, as vezes aprendemos vendo uma cena qualquer na rua, as vezes crescemos errando, as vezes passando por algo novo ou inusitado. Hoje é, e porque não, mais um dia para crescer! O coração quente de amor e de coragem embarca em mais uma empreitada inesperada da vida. E quem diria, vou crescer mais uma vez!


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Aprender o aprendizado

Já faz um tempo que percebi que ensinar é uma forma muito peculiar e importante de aprender, mas, além disso, venho reparando que aprender também é uma construção particular e um processo gradual que merece dedicação e, principalmente, atenção. 
O aprendizado é um elemento vital para qualquer ser humano e é também o que possibilita seu desenvolvimento satisfatório ao longo da vida. Aprendemos tudo; desde as práticas mais essenciais como andar e falar até as coisas mais subjetivas e não menos importantes como respeitar, esperar, e até mesmo habilidades mais complexas e específicas como costurar, dirigir, dançar...
No entanto nunca paramos para pensar como aprendemos à aprender?
Apesar de ser um evento natural e fisiológico do sistema nervoso, o aprendizado para cada um é diferente. O fato de ensinar nos faz perceber que cada um aprende de um jeito e, descobrir esse modo, é um autoconhecimento que pode otimizar e muito nossos aprendizados.
Alguns precisam ver outros tocar, alguns precisam que tudo seja decodificado detalhadamente, alguns aprendem muito rápido outros nem tanto, todos precisam de incentivo e motivação uns mais que outros é verdade, uns aprendem melhor sozinhos, outros acompanhados, uns aprendem no silêncio, outros em meio ao caos, alguns precisam de diferentes formas para outros basta uma.
Entender isso sobre o outro é acima de tudo respeitar o aprendiz em sua individualidade, entender isso sobre si mesmo é uma chave extremamente importante para seguir caminhos mais assertivos e objetivos. Estou começando a entender a forma como aprendo e creio que aprender também é algo que aprendemos a vida toda. rs






segunda-feira, 9 de maio de 2011

Momento

Não é preciso estar de fato morta para sentir-se assim. Na verdade, acredito que a morte seja de fato a ausência de sensações, neste caso a sensação de morte em vida é a pior que pode haver. Neste sentido, a esperança e o amor é o que nutre e sustenta o pequeno coma em que nos encontramos algumas vezes. 
Nem sempre é fácil sair dele, é preciso ter força, coragem e cultivar pensamentos positivos e momentos, mesmo que curtos, agradáveis.
A vida é mais um ciclo, está em constante movimento, mas alguns momentos por serem  muito difíceis parecem muito longos e duros de suportar. O tempo, o movimento e amor são capazes de curar quase tudo.



domingo, 3 de abril de 2011

O caminho

Muitas vezes, quando desejamos algo, esquecemos que para tudo que queremos alcançar existe um caminho. Este representa não só o percurso para realizar o sonho, mas a qualidade do processo para chegar a ele. E isto é sem dúvida muito mais importante do que chegar ao destino, pois é o que mostra quem você é. Muitas pessoas chegam ao que buscam de maneiras escusas ou ilícitas, as vezes até passando por cima de outras pessoas, e qual é o valor desta conquista?
Nem sempre é fácil se manter no caminho mesmo porque ele as vezes é pedregoso, tortuoso e árduo, no entanto é preciso, nessas horas, lembrar do maravilhoso destino a que ele irá te levar e saber reconhecer os sinais de que está trilhando o caminho certo.
Quantas vezes não pensei em desistir da dança, quantas vezes achei que não era o meu caminho e que jamais chegaria a ser chamada para dançar na Khan el Khalili  quanto mais chegar à bailarina Noites no Harém, mas continuei no meu caminho, recolhendo alguns cascalhos, algumas peninhas, caindo diante de algum obstáculo, mas erguendo-me sempre e sempre auxiliada pelos que estavam na caminhada comigo.
Hoje descobri algo muito importante. O caminho não tem fim!E ainda caminhando eu olho para trás e vejo uma estrada longa a perder de vista, mas cheia de sombras das árvores que fui semeando, frutos dos quais ainda me alimento e andarilhos que encontrei pelo caminho e amenizam os momentos difíceis da caminhada. Descobri que vale a pena caminhar e que escolher os caminhos e os atalhos é uma liberdade que devemos usar com sabedoria para que quando olharmos para trás possamos contemplar o belo caminho que trilhamos e saborear as conquistas em paz. 
Obrigada à todos que caminharam e caminham comigo, estar bem acompanhada é muito importante para jamais se perder ou desorientar nesta estrada da vida.
Mãe, obrigada por caminhar ao meu lado sempre e me ensinar os primeiros passos dessa eterna caminhada. Pai, obrigada por ser o exemplo de como se deve trilhar um caminho. Amor, obrigada por me resgatar no meio do caminho, sem você esse blog sequer existiria. Amo vocês!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Médicos da alma

Minha mãe sempre me disse, em minhas crises de auto confiança, quando eu dizia que o que eu gostava de fazer não era valorizado de fato pela sociedade, que os artistas são os curadores do espírito. Hoje eu entendo muito bem o que ela queria dizer. O artista não vive sem seu público e o público não vive sem a nossa arte. Somos nós que os despistamos por algum tempo da cruel realidade, tiramos sorrisos e lágrimas para que depois eles possam voltar ao mundo real, o qual jamais o alimentará por completo. 
Somos como uma válvula de escape e, tanto a sensação que causamos quanto a que sentimos quando proporcionamos isso é uma necessidade mútua. 
Mas como todo super herói que tem uma vida "normal" e "civil" nas horas vagas, eu senti a mesma necessidade. Busquei e busco ter o que todos tem: diploma, carreira, dinheiro, muito embora eu ainda continue agindo mais com o coração, como artista. Aceitei e amo minha arte, meu sangue, minha paixão, o que nasce dentro de nós não pode ser negado... a essência é pura e sempre mora em algum lugar da alma. Nasci para amar, não tenho mais dúvidas, nasci para dançar, não nego mais, nasci para curar, me orgulho disso!

terça-feira, 15 de março de 2011

Dançar só

Apesar da possibilidade de dançar em grupo, a dança do ventre é originalmente uma dança para se dançar sozinha. A bailarina é, naquele momento, o elemento que produz encanto, e cabe a ela trazer o público em sua viagem emocional. Como uma emoção jamais pode ser replicada ou repetida é a sensação que cada uma expressa e exterioriza individualmente que deve ser transmitida. Desta forma, aquela entidade que interpreta o que ouve adquire também uma personalidade unica e atrai a atenção do público para si. Este é um precioso momento de solidão.
Para mim, como bailarina, o fato de dançar só é uma dádiva. Ao estar ali sozinha, convergindo a atenção e os olhares, uma sensação de poder e plenitude me invade a alma, é como desabafar com as paredes ou confiar à alguém um segredo, é como contar uma fábula, como viajar para um lugar distante, é dividir algo de bom, é uma doação, uma exposição, é como mágica, pois criamos instantaneamente uma seqüência de movimentos que traduz uma emoção, um som. E tudo que imprime transformação me lembra mágica. 
Vejo ainda a dança do ventre como a metáfora da vida de uma mulher, em que é preciso movimentar-se conforme um ritmo externo; as vezes com força, as vezes com delicadeza, sutileza e elegância, as vezes com graça, as vezes com seriedade, mistério, as vezes com pureza outras com malícia, mas sempre doando o que há de melhor em si, com muito amor e buscando sempre o aperfeiçoamento como ser humano, bailarina e mulher.